O que é HPV: 26 perguntas frequentes sobre esta doença

A Sociedade Internacional de Papilomavírus (IPVSoc, na sigla em inglês) celebrou no dia 4 de março, pelo segundo ano consecutivo, o Dia Internacional de Conscientização sobre o HPV. A iniciativa, liderada no Brasil pelo Instituto de Câncer de São Paulo (Icesp), conta com vídeos, uma lista de perguntas frequentes e o esclarecimento de fake news sobre o tema. Tudo pode ser acompanhado no Facebook, Instagram e Twitter, por meio das hashtags #TragoVerdadesDoHPV e #AskAboutHPV.

O combate ao HPV é uma das bandeiras da SBIm. Em 2015, a Sociedade lançou a campanha online “Onda Contra Câncer“, que já teve outras duas edições, em 2016 e 2018. Os objetivos são reafirmar a segurança e efetividade da vacina contra o HPV na prevenção de diversos tipos de câncer, em especial o de colo do útero, e destacar a importância de receber todas as doses. Neste post listamos as perguntas mais frequentes sobre a doença HPV. CONFIRA!

Perguntas frequentes sobre o HPV

  1. O que é HPV?

HPV é o “papilomavírus humano”. Infecta pele e mucosas de homens e mulheres em qualquer idade. Existem cerca de 200 tipos de HPV. Alguns tipos de HPV podem causar verrugas e cânceres no colo do útero, vulva, pênis, ânus, boca e garganta.

  1. Como pego HPV?

O HPV é transmitido através do contato direto com pele e mucosas. Os tipos de HPV que infectam a região genital e anal, boca e garganta são transmitidos principalmente através do contato sexual. Atualmente, a infecção por HPV é a infecção sexualmente transmissível (IST) mais frequente.

  1. Como posso evitar o HPV?
  • Vacinando-se para prevenir a infecção por HPV, que no Brasil é gratuita na rede pública para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Disponível em clínicas particulares para qualquer idade, sob recomendação médica.
  • Fazendo sexo seguro. O uso de preservativos em todas as relações sexuais pode reduzir (mas não eliminar) o risco de contrair o HPV;
  • Reduzindo o número de parceiros sexuais.
  1. Como posso evitar passar HPV para meu parceiro?
  • Vacinando-se para prevenir a infecção por HPV, que no Brasil é gratuita na rede pública para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Disponível em clínicas particulares para qualquer idade, sob recomendação médica;
  • Fazendo sexo seguro – o uso de preservativos em todas as relações sexuais pode reduzir (mas não eliminar) o risco de contrair o HPV;
  • Fazendo exames de Papanicolau para o rastreamento do câncer do colo do útero. Além de identificar lesões precursoras do câncer, o material pode ser usado para a pesquisa do HPV.
  • E ao menor sinal de lesões ou verrugas na região genital, anal, ou oral, procure sempre um profissional de saúde.
  1. Como faço o teste para o HPV?

O teste de HPV pode ser solicitado por médicos. No Brasil, segundo as normas de rastreamento para mulheres, não há indicação do teste de HPV de rotina. No mundo todo, ainda não há indicação de rotina para testagem de HPV em homens e nem exames de sangue para o HPV.

  1. Se eu tiver HPV, vou ter câncer?

Na maioria das vezes não. Porém, quem tem infecção persistente por certos tipos de HPV, tem maior risco de desenvolver as lesões pré-cancerosas e o próprio câncer.

  1. Eu fui vacinada contra o HPV, eu ainda preciso ser rastreada para o HPV?

Embora a vacinação reduza significativamente o risco de câncer relacionado ao HPV, as mulheres que tomaram a vacina contra o HPV ainda precisam fazer exames de rastreamento do câncer do colo do útero, como o Papanicolau, conforme as diretrizes vigentes no Brasil.

  1. Se eu tiver contato com alguém com verrugas, eu vou pegar HPV?

As verrugas contêm uma grande quantidade de HPVs, então há uma boa chance de você pegar após se relacionar com alguém com esse tipo de lesão. Entretanto, seu organismo poderá controlar a infecção, principalmente se você já tiver sido vacinado. Ao menor sinal de lesões procure um profissional de saúde.

  1. Eu sou um menino/adolescente – eu deveria estar preocupado com o HPV?

Sim, homens de qualquer idade podem pegar HPV, que na maioria das vezes é transmitido através do contato direto com pele e mucosas (como ocorre em qualquer tipo de contato sexual). Nos homens o HPV pode causar verrugas genitais e câncer de ânus, pênis, boca e garganta. Tanto adolescentes como homens adultos também podem passar HPV para parceiras(os) sexuais, por isso a prevenção é necessária. Vacine-se!

  1. Tenho mais de 26 anos de idade, devo me vacinar?

Pessoas com idade superior a 26 anos podem se beneficiar com a vacina contra HPV: converse com seu médico. No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza a vacinação gratuitamente para meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos e pacientes de ambos os sexos com HIV/Aids, oncológicos e transplantados de 9 a 26 anos.

  1. Nunca fiz sexo, devo fazer os exames de rastreamento do câncer do colo do útero?

Sim, sendo o HPV transmitido pelo contato direto pele com pele ou pele com mucosa, há chance da transmissão também ocorrer através do contato com as mãos, roupas e objetos íntimos. Segundo as Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero, toda mulher deve fazer o exame de Papanicolau a partir dos 25 anos. Descobrir e tratar o mais cedo possível qualquer lesão pré-cancerosa no colo do útero salva vidas!

  1. Eu fiz teste molecular de HPV e não tenho o vírus – isso significa que não tenho risco de ter um câncer relacionado ao HPV?

Isso significa que seu risco de desenvolver câncer no futuro próximo é muito baixo. No entanto, você ainda precisa seguir as Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero, toda mulher deve fazer o exame de Papanicolau a partir dos 25 anos. Descobrir e tratar o mais cedo possível qualquer lesão precursora do câncer do colo do útero salva vidas!

  1. Há alguma mudança no estilo de vida para que eu possa reduzir meu risco de contrair HPV?

Sim! Você pode reduzir o risco de contrair HPV ao ser vacinado, usando preservativos e reduzindo o número de parceiros sexuais. Se já tiver sido infectado pelo HPV você também pode reduzir riscos de desenvolver câncer se fizer rastreamento, tratar as lesões que surgirem e não fumar.

  1. Preservativos previnem o HPV?

Os preservativos reduzem parte das infecções porque protegem apenas parcialmente a pele da região genital. O uso de preservativo em todas as relações, durante todo o tempo, reduz o risco de transmissão de HPV em cerca de 70%. Porém, não usar preservativos aumenta em muito o risco de infecções de transmissão sexual incluindo o HPV e outras como HIV/Aids, sífilis, gonorreia, clamídia, etc.

  1. Fui examinado e não tenho HPV – isso significa que não tenho risco de cânceres relacionados ao HPV?

Enquanto você for sexualmente ativo(a), o risco de infecção por HPV continua existindo e com ele um risco pequeno de cânceres relacionados ao HPV.

  1. Minha parceira/meu parceiro disse que tem HPV – isso significa que eu também tenho o vírus?

Não necessariamente, mas a infecção por HPV geralmente afeta a ambos os parceiros dentro de alguns meses. Se houver sinais de HPV, isto é, verrugas genitais ou outras lesões em diferentes partes do corpo, vocês devem procurar assistência de um profissional de saúde.

Você, seu parceiro ou parceira podem ter HPV sem apresentar sinais ou sintomas. Não há testes para rastreamento em homens. No entanto, as mulheres devem fazer o exame de Papanicolau regularmente e em alguns casos, o rastreio de rotina inclui também testes para HPV no colo do útero.

Ainda não existe um tratamento específico para eliminar a infecção por HPV, mas é importante procurar assistência e tratar quaisquer lesões detectadas.

  1. Como posso evitar passar HPV o meus parceiros/ minhas parceiras?

Se você sabe que tem HPV porque tem verrugas genitais busque tratamento médico ou se tem um teste positivo para HPV siga as orientações médicas. É importante sempre usar preservativos em todas as relações sexuais e durante todo tipo de relação. Embora isso não ofereça proteção total, diminui o risco de pegar HPV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Além disso, se possível tomem a vacina de HPV. No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza a vacinação gratuitamente para meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos e para pacientes com HIV/ Aids, oncológicos e transplantados de 9 a 26 anos.

  1. Eu tomo pílula anticoncepcional – isso aumenta o risco de infecção e câncer de colo do útero?

Sabe-se que o uso de contraceptivos orais por longo prazo pode aumentar ligeiramente o risco de câncer do colo do útero, mas apenas entre as mulheres com infecção por HPV. A maioria das evidências para isso vem de estudos mais antigos. As pílulas anticoncepcionais atualmente disponíveis têm níveis mais baixos de estrogênio, mas não se tem certeza dos riscos. Ter o HPV é o principal fator de risco para o câncer do colo do útero, e a prevenção ainda está centrada na vacinação para prevenir a infecção pelo HPV e no rastreamento (Papanicolau). Em caso de dúvida, consulte um médico.

  1. Eu tenho um filho, ele deve ser vacinado?

Sim, meninos e meninas, homens e mulheres correm risco ter de HPV por ser frequentemente transmitido por contato sexual. Também no sexo masculino, o HPV pode causar verrugas genitais e, mais adiante, câncer do ânus, pênis e garganta. Os jovens podem pegar e passar o HPV ao se relacionar com parceiras(os) sexuais, portanto proteja-os com a vacinação. No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza a vacinação gratuitamente para meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos e pacientes de ambos os sexos com HIV/Aids, oncológicos e transplantados de 9 a 26 anos.

  1. A vacina contra o HPV é segura para meu filho e filha?

Sim. As vacinas contra o HPV foram amplamente avaliadas. Todas as evidências científicas mostram que as vacinas contra o HPV são extremamente seguras. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e praticamente todos os países do mundo recomendam a vacinação. Com mais de 200 milhões de doses distribuídas, foram observados raríssimos efeitos colaterais graves e a maioria das reações são temporárias restritas ao local da injeção.

  1. Como o HPV leva ao câncer?

Uma vez infectado, o corpo pode ou não eliminar a infecção pelo HPV. Se o organismo não conseguir eliminar a infecção, a persistência a longo prazo pode resultar em alterações pré cancerosas. Algumas dessas alterações, se não forem tratadas, ao longo do tempo poderão evoluir para o câncer. Rastreio e tratamento de lesões reduzem muito o risco de progressão, podendo até evitar o surgimento ou a evolução do câncer.

  1. Minha filha deve fazer o rastreamento?

A maioria dos países tem diretrizes de rastreamento do câncer do colo do útero que devem ser seguidas, mesmo para as jovens vacinadas. No entanto, pessoas vacinadas têm uma probabilidade muito menor de desenvolver lesões pré-cancerosas, o que pode reduzir o número de exames e possíveis tratamentos cirúrgicos que sua filha possa precisar.

  1. Se eu tiver HPV enquanto estiver grávida, isso afetará meu bebê?

Em raras ocasiões, os bebês podem sim contrair o vírus ao passar pelo canal de parto quando as mães têm verrugas genitais por HPV. Vacinar as adolescentes e mulheres jovens contra o HPV reduz dramaticamente o risco das mães passarem estes vírus para os bebês.

  1. Como posso reduzir meu risco de contrair doenças relacionadas ao HPV?

A vacinação é a melhor maneira de evitar o HPV para meninas e meninos. Atualmente, apenas alguns países têm programas que rotineiramente cobrem a vacinação de mulheres com mais de 26 anos de idade. No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza a vacinação gratuitamente para meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos e pacientes de ambos os sexos com HIV/Aids, oncológicos e transplantados de 9 a 26 anos.

Se você tiver sinais de lesões pré-cancerosas do colo do útero, deve ser feito um rigoroso acompanhamento e /ou tratamento. Aproveite as oportunidades de rastreio e siga as diretrizes locais sobre a regularidade do rastreio.

Para homens não há programas de rastreamento das doenças relacionadas ao HPV. O uso consistente de preservativos em todas as relações e por todo o tempo pode ajudar a reduzir, mas não eliminar o risco de infecção.

  1. Posso fazer rastreamento de câncer anal, peniano e oral?

Até o presente não existem rastreamentos de rotina disponíveis para esses tipos de câncer, mas ao menor sinal de lesão oral, peniana e anal procure um profissional de saúde.

  1. Eu tenho HIV – posso tomar a vacina contra o HPV?

Sim. A vacinação de indivíduos HIV positivos e outros indivíduos com deficiência imunológica é recomendada. No Brasil a vacina de HPV é gratuita na rede pública até a idade de 26 anos por causa do risco aumentado de câncer devido ao HPV. Alguns indivíduos HIV positivos podem beneficiar-se da vacinação após os 26 anos. Busque orientação médica em qualquer caso!

Fonte: IPVSOC, traduzido por Ana Luisa Villa e Maria Luisa Baggio Garcia — ambas do Icesp

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