As quatro tendências da medicina que irão revolucionar o setor de saúde.

Com o passar dos anos, a tecnologia foi se firmando e ficando cada vez mais presente na vida das pessoas, seja pelo uso de celulares, TVs com internet, casa inteligente, serviços de streaming e por ai vai (…) Tudo isso foi bem recebido pela população e consumido facilmente. Logo de cara podemos perceber o quanto a inovação facilita e simplifica a nossa vida. Mas quando se trata de mudanças na indústria da saúde, a adoção de algumas tecnologias é motivo de discussões acirradas. A adoção da telemedicina por exemplo era algo visto por boa parte, (ainda é) da comunidade médica, como “algo tenebroso” e que deveria ser evitada a todo custo. Nesse artigo eu quero discutir com vocês algumas tendências da medicina que já estão acontecendo no cenário internacional e que logo logo podem estar também em território nacional.

Com a pandemia da COVID-19 a inclusão deste formato se tornou obrigatório. O atendimento online conquistou o seu espaço e está crescendo cada dia mais, com um escalonamento de HealthTechs especializadas em telemedicina. Essa tendência não é apenas em território brasileiro, mas no mundo todo, novos modelos de negócios em saúde baseados em telemedicina estão sendo criados e replicados à todo vapor. Não cabe mais discutir se a telemedicina irá permanecer ou não, a discussão agora deve ser sobre como será o uso desse modelo. É difícil voltar atrás no uso de uma tecnologia.

Este novo modelo já possui um nome, Medicina 5.0 e é a nossa primeira tendência da medicina que discorreremos.

Segundo alguns pesquisadores, a medicina irá ser subdividida e seu braço digital irá criar duas novas áreas: a medicina conectada, que será uma medicina modernizada e ampliada via telemedicina para a recuperação de pacientes e a saúde conectada, uma área de gestão com o propósito de evitar que as pessoas adoeçam. Essas duas facetas formam o conceito de medicina 5.0, cuja premissa é uma sociedade na qual o ser humano convive com todo o sistema de inteligência artificial, robótica e automação.

O grande ganho que teremos com essa nova desenvoltura é que a medicina 5.0 vai remover o conceito de gestão de saúde para investir em conhecimento geriátrico para planejar a prevenção de doenças nessa população e fazer a intervenção de ocorrências nas suas fases iniciais. A atuação será na prevenção de doenças e não na cura.

Outro ponto de grande desenvolvimento e é nossa segunda tendência da medicina é referente à big data e compartilhamento de dados de saúde (prontuários médicos)

No dia 5 de abril de 2021 o congresso americano aprovou a lei “21st Century Cures Act”, que é a mais rigorosa lei de acesso aos dados médicos do paciente, proibindo qualquer tipo de bloqueio a esses dados.

Essa lei agora obriga todos os profissionais de saúde e empresas prestadoras de serviços médicos a fornecerem acesso gratuito aos registros médicos eletrônicos. Obriga também que todas as empresas fornecedoras de sistemas de prontuário eletrônico disponibilizem total interoperabilidade com diferentes plataformas digitais de saúde (medical-data-share).

Essa mudança pontual impacta de forma ampla o sistema de saúde americano, dando poder ao consumidor, ao cliente, o controle total dos seus dados de saúde, podendo este, compartilhar estas informações com quem desejar.

Outra tendência da medicina (terceira) que merece especial atenção, foi que empresas de tecnologia estão se juntando com indústrias farmacêuticas na busca por novos caminhos para desenvolvimento acelerado de formulas e remédios. Recentemente a gigante farmacêutica Boehringer Ingelheim inaugurou um laboratório quântico em parceria com a Google, com um objetivo específico – criar tecnologias para fornecer medicamentos inovadores em tempos recordes.

O uso de computadores quânticos permite testes com moléculas maiores e desenvolver testes com maior precisão do que com os computadores existentes hoje no mercado. Esse movimento entre empresas de tecnologia e saúde é certamente uma tendência para os próximos anos.

A quarta tendência da medicina é o que chamam de aprendizado das máquinas. Basicamente, se trata de nós seres humanos, ensinando as máquinas algumas lições que para nós é difícil de execução, vez que o lado emocional e portanto, enviesado do ser humano, pode atrapalhar alguns julgamentos.

Um exemplo disso foi um estudo conduzido pela Skoltech, onde desenvolveram um sistema de segunda opinião baseado na análise de vídeos assistida por inteligência artificial, que pode ajudar os profissionais médicos a avaliar objetivamente os pacientes com doenças de Parkinson, mesmo em estágio inicial. Segundos os pesquisadores, essa abordagem pode evitar o diagnóstico incorreto da doença, distinguindo entre seus estágios, ajustando a terapia e recomendando pacientes diagnosticados para cirurgia de estimulação cerebral profunda.

Além deste estudo, os métodos de aprendizado de maquina e visão computacional já foram testados em uma série de aplicações médicas e se mostraram confiáveis. O grande desafio é ensinar as máquinas a leitura dos algoritmos baseando as análises em conhecimentos de diferentes perspectivas, por isso é comum além de médicos, essas equipes possuem arquitetos, engenheiros e matemáticos.

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