Influenza: Um bate-papo sobre o Vírus H1N1

O que é Influenza?

Resposta: Influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do trato respiratório comunitária, com distribuição global e elevada transmissibilidade.

Quais os vírus que causam influenza?

Resposta: O agente etiológico da gripe é o Myxovirus influenzae, também denominado vírus influenza.

Quais os reservatórios do vírus influenza A, B e C?

Resposta: Os vírus da influenza A estão presentes na natureza em diversas espécies, incluindo humanos, aves, suínos, cavalos, focas e baleias. Os vírus influenza B e C têm como reservatório somente seres humanos.

Como ocorre a transmissão?

Resposta: A transmissão ocorre por contato direto (pessoa-pessoa) ou através de superfícies ou objetos contaminados (indireta). A transmissão direta ocorre através de gotículas de aerossol (> 5 micas de diâmetro) expelidas durante o ato de espirrar, tossir ou falar de indivíduo infectado. A pessoa com influenza pode transmitir o vírus a outras pessoas até aproximadamente a 1 metro e meio de distância. Essa disseminação ocorre mais facilmente em ambientes fechados, sobretudo no inverno, quando as pessoas ficam por mais tempo juntas.

A transmissão pode ser também de forma indireta, quando uma pessoa pode adquirir influenza ao tocar com as mãos, uma superfície ou um objeto contaminado com o vídus influenza e sem seguida tocar os olhos, boca ou nariz. Alguns estudos mostraram que o vírus influenza pode sobreviver por 24 a 48 horas em superfícies como mesas e cafeterias, livros, superfícies rígidas, teclados de computador, maçanetas e mesas de escritório. Lavar as mãos com frequência ajuda você a reduzir as chances de se contaminar a partir desses objetos e superfícies.

Quais as medidas para reduzir a transmissão da influenza?

Resposta:

  • Vacinar anualmente.
  • Boas práticas de higiene: higienização das mãos com agua e sabão ou usar álcool gel a 70%;
  • Evitar manipular lenços ou objetos usados por uma pessoa doente;
  • Utilizar lenço descartável ou espirrar, tossir ou falar e jogar o lenço no lixo após o uso;

Caso seja necessário ir a uma Unidade de Saúde, comunique que está gripado e solicite uma mascara cirúrgica para evitar a transmissão para outras pessoas.

Qual o período de incubação da Influenza?

Resposta: Este período pode ser de 1 a 4 dias e um único indivíduo infectado pode transmitir a doença para um grande numero de pessoas suscetíveis.

Há alguma diferença entre gripe sazonal (gripe comum) e a gripe causada pelo H1N1?

Resposta: Não! Os quadros clínicos são os mesmos. Entretanto, a infecção grave com a necessidade de internação ou com complicações fatais é significativamente maior nas infecções causadas pela influenza A (H1N1) que nas causadas pela influenza B.

As situações reconhecidamente de risco para o desenvolvimento de formas graves e de óbito da influenza gripe H1N1 são: gestação, idade menor do que 2 anos ou maior do que 60 anos e presença de morbidades, como doença pulmonar crônica, cardiopatias, doença metabólica crônica, imunodeficiências, insuficiência renal crônica, entre outras.

Quais as complicações mais frequentes da influenza?

Resposta: Pneumonias bacterianas secundárias, pneumonia viral primária, miosite, miocardite, pericardite síndrome de Guillain-Barré, encefalite e mielite transversa.

Quem deve tomar a vacina?

Resposta: Todas as pessoas deveriam se vacinar, exceto crianças abaixo de 6 meses. Não existe nenhuma contraindicação a pessoas saudáveis fora do grupo de risco, fazer uso da vacina. Todas as crianças abaixo de nove anos de idade, que estejam tomando a vacina para influenza pela primeira vez, devem receber duas doses com um mês de intervalo.

Por que se deve tomar vacina da influenza anualmente?

Resposta: O vírus Influenza induz altas taxas de mutação durante a fase de replicação, em especial, da hemaglutinina e neuraminidase, as duas glicoproteínas de superfície do vírus. Estas mutações ocorrem de forma independente e provocam, habitualmente, o aparecimento de novas variantes para as quais a população ainda não apresenta imunidade, já que a infecção prévia por determinada cepa confere pouca ou nenhuma proteção contra os vírus de surgimento mais recente. O efeito da vacina garante apenas um período de 6 a 10 meses de imunização, fazendo-se necessária a vacinação anualmente.

A rede de vigilância epidemiológica da gripe coordenada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é realizada em vários países. As cepas de vírus Influenza coletadas nos vários países, inclusive no Brasil, são classificadas e catalogadas de acordo com os critérios estabelecidos pela OMS. Após essa análise, se determina a composição das cepas do vírus Influenza A e B a serem incluídas na composição da vacina que será disponibilizada no ano seguinte.

Por exemplo: a cepa A/Sydney/5/97 (H3N2) é uma variante do tipo A, de origem humana, isolada na cidade de Sydney em 1997, com antígenos de superfície H3 e N2.

O H1N1 não apresentou mutação relevante do ponto de vista antigênico desde 2010, o que fez com que a vacina continuasse sendo eficaz contra a Influenza A causada pelo subtipo H1N1. Entretanto, pela primeira vez desde 2010, a vacina trará uma nova cepa do vírus Influenza A/H1N1 para o ano de 2017, isso porque foi constatado que o vírus sofreu alterações genéticas no último ano. De 2016 para 2017, a única mudança da composição da vacina contra gripe será a cepa do vírus Influenza A (H1N1), os demais permanecerão iguais, pois não ocorreram mutações nessas linhagens.

Quanto tempo após tomar a vacina começa a produção de anticorpos?

Resposta: Após duas a três semanas da vacinação começa a produção de anticorpos contra a Influenza. É recomendável que a vacinação seja realizada anualmente nos meses de outono, objetivando-se, assim, que os níveis máximos de anticorpos sejam coincidentes com os meses de inverno, onde a doença é mais incidente em consequência da maior circulação vírus.

Há risco de uma pessoa tomar vacina da influenza e adquirir Gripe?

Resposta: Não. A vacina é composta apenas por vírus inativado.

Há novas recomendações em relação à vacinação para influenza em pessoas com alergia a proteína do ovo?

Resposta: Sim. Baseado nas novas recomendações do Centro Controle de Doenças (CDC) /EUA e do Comitê Consultivo sobre Práticas de Imunização ((ACIP) / EUA, 2016 / 2017, pessoas com alergia a proteína do ovo podem receber a vacina da Influenza.

Novas recomendações segundo o CDC/EUA:

– Pessoas com histórico de alergia a proteína do ovo (ovoalbumina) que apresentarem apenas urticária podem receber a vacina contra gripe.

– Pessoas com histórico de reação alérgica grave a proteína do ovo, isto é, qualquer outro sintoma diferente de urticária, tais como

(angioedema, desconforto respiratório, tontura, ou vómitos recorrentes; ou que necessitaram de adrenalina ou outra intervenção médica de emergência, pode receber a vacina da gripe, desde que seja administrada no Hospital e sobre supervisão médica).

Pessoas com alergia a proteína do ovo não necessita ficar em observação por 30 minutos após receber a vacina para influenza como era recomendado anteriormente. Para qualquer tipo de vacina injetável, Incluindo a da gripe, pode ocorrer sincope; desta forma se recomenda a pessoa ficar em observação por 15 minutos.

Reação alérgica grave, após vacinação contra a gripe, independentemente do componente suspeito de ser responsável pela reação, é uma contraindicação para receber futura vacina para gripe.

Considerações:
– A alergia ao ovo afeta aproximadamente 1,3% de todas as crianças

e 0,2% de todos os adultos.

– Se uma pessoa é capaz de comer ovo levemente cozido (por exemplo, ovo mexido) sem reação, é improvável que você seja alérgico e pode receber qualquer vacina contra a gripe.

– A maioria das vacinas contra a gripe, no seu processo de fabricação usa-se ovos e contêm desta forma uma pequena quantidade de ovoalbumina.

– Embora nem todos os fabricantes revelem a quantidade de ovoalbumina nas suas vacinas, os que fizeram a partir de 2011-12 até 2014-15 relataram quantidades máximas de dose de ≤1 μg / 0,5 mL para vacinas contra a gripe. A vacina contra a gripe de base celular (Flucelvax) é preparada a partir de vírus propagados em células de rim canino e contêm pequena quantidade de ovoalbumina (5 × 10-14 mcg/0.5 mL).

– A vacina recombinante (Flublok) é a única vacina atualmente disponível que está completamente livre de ovoalbumina.

Diversos estudos publicados têm relatado que o risco de anafilaxia associada com vacina para influenza em pacientes alérgicos a proteína do ovo é muito baixo.

Em 2012, foi realizado uma revisão dos estudos publicados, inclui 4172 pacientes alérgicos ao ovo (dos quais 513 relataram história de reação alérgica grave) e não relataram casos de anafilaxia após a administração da vacina inativada contra influenza. O maior estudo na revisão incluiu 830 pessoas alérgicas (dos quais 164 relataram história de reação alérgica grave ao ovo) e apenas 17 (2%) desses pacientes apresentaram qualquer evento adverso. Todos os eventos

adversos foram leves; Eles incluíram dor abdominal, urticária e sintomas respiratórios, como dispneia.

Segundo dados do CDC/EUA – ocorreram 10 casos de anafilaxia após serem administradas 7.4 milhões de doses de vacina inativada contra a gripe (taxa de 1,35 por um milhão de doses). A maioria destes casos de anafilaxia não estava relacionada com a proteína do ovo presente na vacina.

Quer saber mais sobre Vírus e outros assuntos relacionados? Não deixe de acompanhar às nossas publicações semanais em nosso blog. Fique atento!

Fonte:

https://www.infectologia.org.br/admin/zcloud/125/2017/04/INFLUENZA-2-de-abril-de_2017-15.pdf

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