Como eu sei se meu bebê está de fato com Diarreia?
Segundo os especialistas, a diarreia pode ser definida pela ocorrência de três ou mais evacuações amolecidas ou líquidas nas ultimas 24 horas. A diminuição da consistência habitual das fezes é um dos parâmetros mais considerados. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) a diarreia pode ser classificada em três categorias:
- Diarreia aguda aquosa: pode durar até 14 dias e provoca a perda de grande volume de fluidos e pode causar desidratação. Pode ser causada por bactérias e vírus, na maioria dos casos. A desnutrição eventualmente pode ocorrer se a alimentação não é fornecida de forma adequada e se episódios sucessivos acontecem.
- Diarreia aguda com sangue (disenteria): é caracterizada pela presença de sangue nas fezes. O que representa lesão na mucosa intestinal. Pode associar-se com infecção sistêmica e outras complicações, incluindo desidratação. Bactérias do gênero Shigella são as principais causadoras de disenteria.
- Diarreia persistente: quando a diarreia aguda se estende por 14 dias ou mais. Pacientes que evoluem para diarreia persistente constituem um grupo de alto risco de complicações e elevada letalidade.
A doença diarreica na maior parte das vezes representa uma infecção do tubo digestivo por vírus, bactérias ou protozoários e tem evolução autolimitada, mas pode ter consequências graves como desidratação, desnutrição energético-proteica e óbito. Nem sempre é possível identificar o agente causador do episódio diarreico.
É só alimentos estragados que causam Diarreia?
As principais causas da diarreia são infecciosas, principalmente as causadas por vírus. Dentre eles o Rotavirus tem uma grande importância pela frequência e intensidade da diarreia. Bactérias também podem ser causadoras de diarreia, sendo uma das principais a Escherichia coli. Outras causas infecciosas que vale a pena lembrar são a Amebíase e a Giardíase.
Como causas não infecciosas da diarreia estão:
- Erros alimentares
- Alguns medicamentos
- Excesso de alimentos industrializados contendo Sorbitol, como maçã e ameixa
- Intolerância à lactose
- Estresse
Qual é o perigo que a Diarreia representa para a saúde do meu filho?
O principal é prevenir a desidratação da criança. A perda de líquido faz com que não haja água suficiente no organismo para que ele desempenhe suas funções de forma adequada, o que debilita a saúde da criança. O quadro afeta os principais órgãos do corpo. A desidratação pode ocasionar danos que levam a uma insuficiência renal aguda. Além disso, a criança pode ficar tão fraca que chega a desmaiar e, em casos mais graves, há risco dela entrar em coma.
Deve ser destacado que apenas o uso do soro de reidratação oral ou parenteral não proporciona nutrição adequada. Por esse motivo, a alimentação deve ser mantida com alimentos de qualidade nas quantidades necessárias. Não deve ser usado leite ou formulas lácteas diluídas. Deve-se evitar sucos e refrigerantes. Fórmulas lácteas sem lactose pode ser útil no tratamento de lactantes hospitalizados com diarreia aguda.
Como tratar?
O principal é prevenir a desidratação da criança. Assim, é preciso repor o líquido perdido no organismo do filho. O ideal é que a criança ingira o máximo possível de bebidas naturais. Por isso, não é preciso oferecer isotônicos às crianças. Além de água, os pediatras indicam sucos naturais e água de coco, principalmente no caso de crianças que negam comida quando apresentam diarreia, pois são bebidas ricas em glicose.
É também imprescindível a reposição de água e sais minerais por meio de soro, que pode ser comprado em farmácia ou retirado no hospital. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece nos postos de saúde um soro padrão para Terapia de Reidratação Oral (TRO), rico em sódio, potássio e açúcar, substâncias importantes e que devem ser repostas no organismo em caso de perda de líquido.
Se a prevenção com ingestão de líquidos não foi realizada ou insuficiente e a criança chegar a apresentar quadro de desidratação, o indicado é que os pais procurem um médico. Se houver algo anômalo, como sangue nas fezes, o médico pode pedir exames laboratoriais específicos para identificar as causas e proceder com o tratamento mais adequado.
Fonte:
Sociedade Brasileira de Pediatria