Um exame de sangue comum nos laboratórios de análises clínicas pode ser hoje o principal marcador do processo de lesão decorrente da Covid-19: o Dímero-D ou D-dímero.
O dímero-D é um exame que existe há alguns anos, muito solicitado para pacientes com prognóstico de trombose. Mas que, desde o desenrolar da COVID-19 vem ganhando a atenção da comunidade médica, por apresentar uma correlação positiva com a doença.
No artigo de hoje nós vamos falar um pouco mais sobre este exame. Confira!
Qual a função do exame Dímero-D?
O Dímero-D é um dos produtos da degradação da fibrina, que é uma proteína que está envolvida com a formação do coágulo. Assim sendo, quando existem alterações no processo de coagulação, é possível que exista uma maior quantidade de dímero-D circulante.
A dosagem de dímero-D é normalmente indicada pelo clínico geral ou cardiologista com o objetivo de descartar a possibilidade de trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar, já que esse exame é aumentado nessas situações.
No entanto, por se tratar de um marcador da coagulação, o Dímero-D pode também ser solicitado com o objetivo de avaliar o funcionamento da cascata de coagulação, vez que após a ativação da fibrina para compor o tampão plaquetário, é ativada a via de degradação da fibrina, levando à liberação de produtos de degradação no sangue. No entanto, quando há alteração na coagulação, é possível verificar quantidades anormais dos produtos de degradação da fibrina, incluindo o dímero-D.
É dessa forma que, além de servir para descartar a ocorrência de trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar, a dosagem do dímero-D também pode ser útil na investigação de situações que pode interferir na coagulação, como problemas cardíacos e inflamatórios, por exemplo.
Qual a relação do dímero-D com a COVID-19?
O aumento do dímero-D é um achado laboratorial comum em casos de COVID-19, isso porque na tentativa do organismo de combater o vírus responsável pela doença, há liberação de grande quantidade de citocinas, o que prova lesões nas paredes dos vasos sanguíneos e ativa a cascata de coagulação. Dessa forma, há ativação de grande quantidade de fibrina e, consequentemente, da via responsável por degradar essa proteína, aumentando os níveis de D-dímero circulantes.
A identificação de alterações no Dímero-D pode orientar a internação e o tratamento dos pacientes com anticoagulantes, a fim de evitar a trombose dos alvéolos. Portanto, este exame pode ser feito logo após o teste positivo de covid-19.
Esta alteração é chamada de Síndrome CAHA (Anormalidades Hemostáticas Associadas à COVID-19) e cerca de 70% dos casos não tratados evoluem para severidade. O processo inflamatório que envolve o endotélio vascular alveolar, mesmo nos estágios iniciais, pode desencadear a formação de coágulos pulmonares. Esses pequenos trombos podem não ser detectados facilmente nas tomografias devido ao seu pequeno tamanho. Se não tratada, a inflamação intensa ou a tempestade de citocinas pode fazer com que a extensão dos trombos pulmonares se torne maior. Clinicamente pode se apresentar como agravamento da insuficiência respiratória e, radiologicamente, como defeitos de perfusão.
Tem-se falado muito sobre a COVID-19 e já é sabido que se trata de uma doença infecciosa do trato respiratório. O vírus SARS-CoV-2 causa inflamação pulmonar em todos os pacientes que progridem para a tempestade de citocinas nos casos mais graves. O processo inflamatório na camada mais fina que, reveste os vasos sanguíneos alveolares desencadeia a ativação da coagulação com o conceito de imunotrombose bem estabelecido na literatura.
O dímero-D, por se tratar de um marcador de hipercoagulabilidade disponível e de fácil acesso, pode ser alterado logo no início da doença e, por isso tem se mostrado um importante exame para o acompanhamento da COVID-19.
Aqui no Paula Tostes, nós realizamos o exame de Dímero-D, podendo ser feito a qualquer hora sem necessidade de agendamento.
Fonte:
https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/sintomas-da-covid19/