É possível envelhecer com qualidade?
Sim. É possível! E não precisamos nos esforçar muito para que isso aconteça. A qualidade de vida é um termo multidimensional, que é quantificado de forma subjetiva, cada um a qualifica de acordo com aquilo que achar mais relevante para o seu bem-estar.
Nesse post vamos nos ater unicamente à questões de saúde então se você quer aprofundar um pouco mais no assunto fique atento às dicas deste post.
Sabemos que uma parte dos problemas de saúde que podemos ter na velhice tem origem genética, outra depende das exposições ambientais que nosso organismo venha a sofrer e uma terceira parte depende do nosso estilo de vida, isto é, das nossas escolhas. E é justamente nesta ultima que nos cabe intervir.
De forma geral, a prevenção se faz em três níveis:
- A prevenção primária, que é tudo que fazemos no intuito de remover causas e fatores de risco de um problema de saúde antes que a doença ocorra. Inclui a promoção da saúde e a proteção específica contra certas doenças (ex.: imunização, exercícios físicos).
- A prevenção secundária, que são as ações que visam detectar um problema de saúde em seu estagio inicial, muitas vezes subclínico, facilitando o diagnóstico definitivo e o seu tratamento, desta forma reduzindo ou prevenindo sua disseminação ou suas consequências no longo prazo (ex.: rastreamento de câncer de mama, estratificação do risco cardiovascular).
- A prevenção terciária, que são as ações que visam reduzir os prejuízos funcionais consequentes a um problema agudo ou crônico, incluindo as medidas de reabilitação (ex.: reabilitar um paciente após um infarto ou após um acidente vascular cerebral).
As principais condições passiveis de prevenção em um ou mais níveis são doenças infecciosas, as cardiovasculares (sobretudo o infarto e o derrame), o câncer, as doenças respiratórias (como a doença pulmonar obstrutiva crônica) e as causas externas, como os acidentes de transito. A imunização, o rastreamento (visando o diagnóstico precoce), o aconselhamento e as mudanças de estilo de vida são, juntamente com os medicamentos, as principais intervenções que o médico irá propor.
A imunização do adulto é um tópico frequentemente negligenciado. Além da vacinação veiculada em campanhas, como a da gripe, é preciso discutir com o profissional se há indicação de outras vacinas previstas no calendário de vacinal do adulto, como a vacina contra a bactéria pneumococo (principal causadora de pneumonia em adultos), contra o vírus varicela-zoster (causador da herpes zoster), contra o tétano, a difteria e a coqueluche, contra a hepatite B e contra a febre amarela.
O rastreamento visando o diagnóstico precoce tem como premissas básicas que a condição em questão representa um problema de saúde pública importante; que sua historia natural é bem conhecida; que há um estágio pré-clínico (assintomático) bem definido, durante o qual a doença possa ser diagnosticada; que os benefícios da detecção e do tratamento precoces são maiores do que ocorreria se a condição fosse tratada no momento habitual de diagnóstico; que os exames que detectam a condição clinica no estagio assintomático estão disponíveis e são aceitáveis e confiáveis; e que o custo do rastreamento é razoável e não onere demasiadamente o sistema de saúde como um todo.
Cabe-nos enfatizar um alerta quanto aos chamados tratamentos “antienvelhecimento”. Embora seja fácil encontrar quem os prescreva, até o presente momento, esses tratamentos carecem de qualquer respaldo científico e não são recomendados pelas autoridades médicas de nenhuma parte do mundo. Vitaminas, por exemplo, são compostos químicos com ações farmacológicas sobre o nosso organismo, e, desta forma, podem produzir efeitos colaterais indesejáveis. Em muitos casos podem não nos fazer qualquer bem e as vezes até nos fazer mal. Vitamina só faz bem quando é realmente necessária e por isso deve ter indicação médica.
Uma menção especial deve ser feita em relação ao exercício físico. A atividade física regular e orientada permite o condicionamento cardiorrespiratório e ajuda a diminuir as perdas musculares decorrentes do envelhecimento. Idosos praticantes de exercícios tem maiores chances de se manter ativos e independentes e ainda apresentam redução de risco de comprometimento cognitivo. O exercício é um dos fatores que podem ser responsáveis pela variabilidade do estado geral exigido entre adultos da mesma idade. Estudos demonstram, por exemplo, que atletas seniores apresentam maior variabilidade da frequência cardíaca que indivíduos de mesma idade sedentários. Entretanto, não é necessário ser um atleta para envelhecer bem. A obtenção de que chamamos de “envelhecimento bem-sucedido”, condição em que o idoso exibe preservação de suas funções, seja no seu autocuidado, seja na sua capacidade de produzir e se relacionar com o mundo, não necessita de treinamento físico em nível de competição. O beneficio máximo do exercício físico como promotor da saúde e da preservação funcional pode ser obtido conjugando-se regularidades em sua prática com a orientação profissional adequada na sua prescrição. De forma geral, procura-se manter um equilíbrio entre o fortalecimento muscular e o condicionamento aeróbico, sempre se tendo em mente as particularidades de doenças e as preferencias dos indivíduos. É bom lembrar que exercícios não necessariamente são saudáveis. A pratica de esforços físicos extenuantes ou mal orientados, por exemplo, pode sobrecarregar o organismos e o expor a lesões e agravos à saúde.
De forma geral, hão há grandes segredos em relação ao que deve ser de fato feito para prevenir doenças:
- ter hábitos alimentares saudáveis;
- praticar atividades físicas regularmente;
- fazer acompanhamento medico periódico para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado dos eventuais agraves à saúde;
- ter descanso e lazer apropriados;
- cultivar bons pensamentos e manter a mente estimulada, ativa e produtiva.
Envelhecer é a simples consequência de não morrer antes do tempo. Envelhecer com qualidade! este sim é nosso grande objetivo. É fundamental mantermos um equilíbrio entre as potencialidades e as limitações, que são inevitáveis do processo de envelhecimento. É comum os idosos serem acometidos por doenças crônicas especificas da idade, porem a qualidade de vida pode ser mantida com criatividade e lazer, sem dispensar os cuidados com a saúde.
Neste post abordamos sobre o assunto do ponto de vista da saúde e prevenção. Se você gostou não deixe de ver também outras postagens sobre o mesmo tema!
Fonte:
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia