Exame de sangue: A complexidade que existe por trás do seu Hemograma.

Trabalhando no setor de diagnóstico há mais de sete anos eu percebi uma coisa. “Os nossos clientes não tem a mínima ideia de quão complexo é um exame de sangue ou um laboratório de analises clínicas”.

Geralmente quando você vai a um laboratório, em menos de 10 minutos você já estará sentada em uma cadeira e com os braços esticados, e em menos de 2 minutos você é liberada do tempestade de medo que passa em sua mente quando pensa em fazer exames. Bem, se você é daquelas pessoas que sua frio quando a palavra “laboratório” vem a sua cabeça, sinto muito lhe dizer que estes sentimentos que você tem: medo, pavor, vontade de chorar, etc. Não é exclusividade sua. O serviço é rápido se comparado às horas que ficamos deitados na cadeira de um dentista ou as horas que ficamos esperando para ser atendido em um consultório médico.

Talvez a mente esteja mergulhada em medo e a única coisa que conseguimos pensar é em terminar logo e sair daquele local imediatamente. Fato é que dificilmente alguém se pergunta – Como será que funciona lá dentro?

Você quer saber como funciona o processo de fabricação de um exame de Hemograma, que é o exame mais “comum” e está presente em quase 100% dos pedidos médicos de exame?!

PRIMEIRA PARTE!

A coleta

Tudo começa quando o usuário vai ao laboratório. Primeiro é feito o pré-atendimento, a anamnese e o cadastro geral com nome, exames, médicos e plano de saúde. Feito isto, teremos uma Ordem de Serviço (O.S) que é enviada via sistema até a fábrica (setor de produção), que representa a linha de processamento dos exames. Após o atendimento o usuário é encaminhado para a coleta, onde o sangue, que e a matéria-prima para a fabricação do exame, é coletado.

Ao chegar no setor de coleta, o responsável pela coleta confere os dados do usuário com os dados da O.S e direciona o mesmo para o tipo de coleta que será realizada e especifica como será realizada. Como em nosso exemplo estamos descrevendo um exame de hemograma, o material coletado será o sangue.

Para realizar a coleta o flebotomista utilizará um kit de coleta, que pode ser uma simples seringa ou um canhão de coleta a vácuo. O sangue será colhido em um tubo a vácuo, que contém material anticoagulante para que o sangue não coagule até ser encaminhado à fábrica.

Realizado a coleta o cliente será liberado e o sangue, o tubo de sangue, é encaminhado para a sala de triagem. Nossa próxima etapa!

Triagem

A amostra de sangue chegará ao setor de triagem e após verificado a identificação do código de barras, a amostra seguirá para separação das partes do sangue, que será feita mediante centrifugação.

Análise do sangue

É no setor de análise que ficam as máquinas que irão analisar as amostras de sangue. Ao adentrar no setor de Hematologia o tudo (amostra) será novamente identificado pelo código de barras e colocado em uma esteira que “puxará” o tubo de amostra para analisar os parâmetros selecionados pelo responsável pelo setor. A máquina fará o trabalho pesado mas é o especialista (hematologista) que julgará se a máquina está ou não fazendo a coisa certa.

O hematologista realizará, para algumas amostras, uma segunda checagem usando o microscópio para verificar casos específicos. Na linguajar técnico isso acontece quando “há uma flag” no laudo. Fazendo isso, o laboratório certifica-se de que aquele valor absurdo está mesmo correto, evitando-se muitos sustos e pedidos de recoleta para comprovação.

Concluído a análise, o responsável (hematologista) encaminhará o laudo para um outro colega analisar o laudo para uma segunda opinião. Geralmente, o profissional que confere os laudos é alguém com muitos anos de experiência e consegue “ver” nuances e critérios que outros não conseguem. Por isto de sua importância.

Resultado

Assim que o exame de sangue é laudado ele já fica com em status “disponível para impressão” no sistema, podendo ser acessado pelo usuário com um login e senha, que são exclusivos de cada usuário. Este também pode ser retirado impresso na recepção ou encaminhado por e-mail.

PARECEU SIMPLES?

O processo em si parece bem simples“. Se imaginarmos o exame sendo produzido em uma esteira, cada parte é colocado e montada até chegar ao final da esteira um exame pronto. A complexidade está na junção dos mais de cinquenta processos auxiliares que precisam estar alinhados e corretamente coordenados para que o exame de sangue “hemograma” seja entregue ao mesmo tempo com os outros 15 ou 20 exames que estão também no pedido médico e que são realizados por outros setores, outras máquinas e por outros profissionais as vezes. O número de produtos (exames) é muito grande (> 1500 tipos) e o tempo de fabricação é curto.

Trabalhando no setor de diagnósticos há sete anos eu posso dizer com absoluta certeza: “São poucos os parques de fabricação que precisam de tamanho alinhamento e organização, quanto é necessário dentro de um laboratório de análises clínicas!”.

Você entende agora o quão complexo é o seu exame?

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