Insights sobre a obesidade: o que realmente importa.

Engana-se quem trata a obesidade apenas como um problema estético ou de aceitação social. A obesidade já se tornou uma das mais importantes epidemias do mundo moderno. Estando relacionada a um risco maior de outras doenças, como Câncer, Diabetes e doenças Cardiovasculares. É importante entender que obesidade é uma doença com mortalidade proporcional ao grau de sobrepeso – quanto maior, mais grave é.

Quais são os critérios utilizados para classificar a obesidade?

Existem duas formas clássicas de avaliar se o seu peso pode trazer problemas a sua saúde. A primeira delas é o índice de massa corporal (IMC), que serve para avaliar se o seu peso está adequado em relação a sua altura. É através do IMC que habitualmente fazemos o diagnóstico da obesidade.

A segunda maneira é através da relação entre o comprimento da cintura e do quadril da pessoa. Essa avaliação é feita em todos os pacientes como IMC acima de 25 Kg/m2 e serve para o diagnóstico da obesidade central, que é uma forma de obesidade mais associada com o surgimento de doenças cardiovasculares.

 O Índice de Massa Corporal – IMC

O método mais usado para avaliar obesidade é o índice de massa corporal, exatamente por se tratar de um cálculo simples no qual dividimos o peso pelo quadrado da altura, ou seja:

IMC = Peso (em quilos)  altura2 (em metros)

Exemplo:

  • Uma pessoa de 92 kg e 1,80 m:

          IMC = 92 kg  (1,80m x 1,80m) = 28,29 Kg/m2

A classificação baseada no IMC é a seguinte:

  • Baixo peso: IMC menor que 18,5 Kg/m2
  • Peso normal: IMC entre 18,5 e 24,9 Kg/m2
  • Sobrepeso: IMC entre 25 e 29,9 Kg/m2
  • Obesidade grau I: IMC entre 30 e 34,9 Kg/m2
  • Obesidade grau II: IMC entre 35 e 39,9 Kg/m2
  • Obesidade mórbida: IMC maior que 40 Kg/m2

OBS: a fórmula acima não pode se aplicar a pessoas com grande massa muscular, pois a mesma costuma enquadrá-las na categoria de sobrepeso, ou até obesidade, mesmo apresentado baixo percentual de gordura no corpo.

Relação entre o comprimento da cintura e o quadril

Todas as pessoas com IMC maior que 25 Kg/m2 devem ter a circunferência abdominal medida. Homens e mulheres com cintura maior que 102 cm e 88 cm respectivamente, apresentam maiores riscos de desenvolver doenças relacionadas à obesidade.

A chamada obesidade central é a que traz maior risco de doenças cardiovasculares e morte precoce. Pessoas com acúmulo de gordura na região abdominal apresentam a chamada gordura visceral, que é o excesso deste em volta dos órgãos.

O acumulo de gordura predominante nas coxas e quadris oferece menor risco, pois apresenta menor acometimento dos órgãos internos. É o corpo em forma de maça versus o corpo em forma de pera.

Uma outra maneira de avaliar a gordura central é através da relação entre o comprimento da cintura e do quadril. Valores maiores que 1 em homens e 0,8 em mulheres indicam maior risco de doenças relacionadas a obesidade.

Gordura central: cintura/quadril maior que 1,0 em homens ou maior que 0,8 em mulheres.

A partir de 35 Kg/m2 essas medidas perdem valor já que todos apresentam maior incidência de doenças.

O QUE É A SINDROME METABÓLICA?

É considerado portador da síndrome metabólica, também chamada de síndrome X, os indivíduos que possuem pelo menos 3 dos 5 critérios abaixo:

  • Circunferência abdominal maior que 102 cm em homens e 88 cm em mulheres
  • Níveis de triglicerídeos sanguíneos maiores que 150 mg/dl
  • Colesterol HDL (colesterol bom) menor que 40 mg/dl em homens e 50 mg/dl em mulheres
  • Pressão arterial maior que 130/85 mmHg
  • Níveis de glicose em jejum maiores que 100 mg/dl

Pessoas obesas ou portadoras da síndrome metabólica apresentam maiores riscos de desenvolver diabetes e doenças cardiovasculares.

Pessoas com excesso de peso apresentam maior morbidade (existência de doenças associadas) e maior mortalidade do que pessoas com peso normal. A simples presença de sobrepeso já é suficiente para reduzir a expectativa de vida. O risco de morte chega a ser 3 vezes maior em obesos do que em pessoas com IMC normal.

Ao contrário do que se possa pensar, o tecido adiposo não é simplesmente um monte de gordura inativa. É na verdade um tecido metabolicamente ativo produtor de enzimas que causam resistência ao funcionamento da insulina, elevação da pressão arterial, aumento do deposito de colesterol nos vasos e outras ações que elevam a morbidade do paciente obeso.

Por que a obesidade é um fator de risco para pessoas com Coronavírus?

Segundo dados da OMS, pacientes com condições crônicas pré-existentes, como diabetes e hipertensão, apresentaram versões mais graves da doença causada pelo novo Coronavírus. Isso significa dizer que a infecção se desenvolveu rapidamente para a síndrome do desconforto respiratório agudo, insuficiência respiratória aguda e outras complicações.

Sabendo que a obesidade anda de mãos dadas com essas doenças crônicas, a preocupação para que ocorra o controle adequado da pressão arterial e dos níveis glicêmicos tende ser ainda maior, além dos cuidados individuais e coletivos como medidas de proteção já dotadas.

Ainda, a obesidade é causa de incapacidade funcional, de redução da qualidade de vida, redução da expectativa de vida e aumento da mortalidade. Condições crônicas, como doença renal, osteoartrose, câncer, DM2 (Diabetes tipo 2), apneia do sono, doença hepática gordurosa não alcoólica, HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica) e mais importante, DCV (Doenças cardiovasculares), estão diretamente relacionadas com incapacidade funcional e com a obesidade. Portanto, fique atento para os sinais, pratique uma vida saudável.

O que você achou desse artigo?

Comente com a gente. 🙂

Abrir bate-papo
1
Escanear o código
Olá, como o Paula Tostes pode te ajudar?
Pular para o conteúdo