O Aedes aegypti considerado o principal vetor do vírus da Dengue, Febre amarela urbana e da Febre Chikungunya. São insetos suscetíveis à variação de fatores ambientais como, quantidade de chuva e temperatura. Responsáveis por regular o tamanho populacional e aspectos da biologia do mosquito, como o crescimento larval, tempo de desenvolvimento, tamanho corporal, longevidade, fecundidade e alimentação sanguínea.
Quais os hábitos de vida do Aedes aegypti?
O A. aegypti é um mosquito doméstico, vive dentro ou ao redor de domicílios ou de outras construções freqüentadas por pessoas, como estabelecimentos comerciais e escolas. Está sempre perto do homem e não se aventura às matas, por exemplo. Tem hábitos preferencialmente diurnos e alimenta-se de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. Mas, como é oportunista, pode picar à noite.
A fêmea do A. aegypti alimenta de sangue para a maturação dos ovos e a hematofagia ocorre geralmente durante o dia. Devido à necessidade de repasto sanguíneo, uma fêmea pode se dispersar por até 800 metros, sendo capaz de ingerir de 3,0 a 3,5 mg de sangue por alimentação.
Que fatores influenciam a infestação pelo vetor da dengue?
O A. aegypti é um mosquito antropofílico, isto é, ele vive perto do homem. Por isso, sua presença é mais comum em áreas urbanas e a infestação é mais intensa em regiões com alta densidade populacional e, principalmente, de ocupação desordenada, onde as fêmeas têm mais oportunidades para alimentação e dispõem de mais locais para desovar. A infestação por A. aegypti é sempre mais intensa no verão, em função da elevação da temperatura e da intensificação de chuvas – fatores que propiciam a reprodução do mosquito. Para evitar esta situação, é preciso adotar medidas permanentes para o controle do vetor, durante todo o ano, a partir de ações preventivas de eliminação de focos do A. aegypti. Como o mosquito tem hábitos domésticos, essa ação depende sobretudo do empenho da população.
Quais os principais criadouros do A. aegypti?
Pesquisas realizadas em campo indicam que os grandes reservatórios, como caixas d’água, galões e tonéis, são os criadouros que mais produzem A. aegypti e, portanto, os mais perigosos. Isso não significa que a população possa descuidar da atenção a pequenos reservatórios, como vasos de plantas, que comprovadamente atuam como criadouros. O alerta é para que os cuidados com os reservatórios de maior porte sejam redobrados, pois é neles que o mosquito seguramente encontra condições para se desenvolver de ovo a adulto.
Como o mosquito se reproduz?
O acasalamento do A. aegypti se dá dentro ou ao redor das habitações, geralmente no início da vida adulta, nos primeiros dias depois que o mosquito emerge da água do criadouro. A desova acontece em criadouros com água limpa e parada, onde os ovos depositados são aderidos às paredes do recipiente, bem próximo à superfície da água, porém não diretamente sobre o líquido. Daí a importância de lavar, com escova ou palha de aço, as paredes dos recipientes que não podem ser eliminados, onde o ovo pode permanecer grudado.
Quantos ovos uma fêmea do A. aegypti pode pôr?
Uma fêmea pode dar origem a 1.500 mosquitos durante a sua vida. Os ovos são distribuídos por diversos criadouros – estratégia que garante a dispersão e preservação da espécie. Se a fêmea estiver infectada pelo vírus da dengue quando realizar a postura de ovos, há a possibilidade de as larvas já nascerem com o vírus – a chamada transmissão vertical.
Quanto tempo um ovo leva para se transformar em um mosquito adulto capaz de picar o homem para sugar sangue?
O ovo, que é escuro e mede aproximadamente 1 mm de comprimento, é depositado pela fêmea do A. aegypti nas paredes internas dos criadouros, próximos à superfície d’água. Em condições favoráveis de umidade e temperatura, o desenvolvimento do embrião é concluído em 48 horas. Um ovo pode resistir até um ano sem eclodir, por isso é muito importante lavar, com escova e palha de aço, as paredes dos recipientes que não podem ser eliminados, onde o ovo pode permanecer grudado.
Do ovo à forma adulta, o ciclo de vida do A. aegypti varia de acordo com condições climáticas, a disponibilidade de alimentos e a quantidade de larvas existentes no mesmo criadouro, uma vez que a competição de larvas por alimento em um mesmo criadouro com pouca água consiste em um obstáculo ao amadurecimento do inseto para a fase adulta. Nas condições típicas do Centro-Oeste, esse processo geralmente leva um período de oito a doze dias.
Somente a fêmea pica o homem para sugar sangue, alimento necessário à produção de ovos. Geralmente, a hematofagia é mais voraz a partir do segundo ou terceiro dia depois que a fêmea emerge da água do criadouro. Machos se alimentam de substâncias açucaradas, como néctar e seiva.
Há relação entre infestação de dengue e áreas desmatadas?
Os maiores índices de infestação pelo A. aegypti são registrados em bairros com alta densidade populacional e baixa cobertura vegetal, onde o mosquito encontra alvos para alimentação mais facilmente. Outro fator importante é a falta de infra-estrutura de algumas localidades. Sem fornecimento regular de água, os moradores precisam armazenar o suprimento em grandes recipientes, que na maioria das vezes não recebem os cuidados necessários e, por não serem completamente vedados, acabam tornando-se focos do mosquito. Os esforços para o controle da proliferação do mosquito da dengue certamente estão relacionados a medidas do governo, mas o comprometimento da população em eliminar criadouros domésticos é fundamental.
Como eu posso confirmar se eu tenho dengue ou não?
A confirmação diagnóstica da dengue conta com diferentes métodos laboratoriais. O vírus pode ser detectado no soro ou no plasma por quatro a cinco dias após o início agudo dos sintomas. Nessa fase, entre os testes específicos para a detecção do vírus, a pesquisa do antígeno NS1 é a técnica mais utilizada. No Paula Tostes Diagnósticos todos estes testes estão disponíveis sem necessidade de agendamento.
O NS1 é uma glicoproteína altamente conservada, presente em altas concentrações no soro de pacientes infectados pelo vírus da dengue, razão pela qual pode ser identificado logo após o surgimento dos sintomas e antes do aparecimento de anticorpos específicos.
A detecção desse antígeno pode ser feita por imunocromatografia ou pela técnica imunoenzimática. A diferença entre essas metodologias é que a primeira constitui-se no chamado teste rápido e possibilita a liberação do resultado em até duas horas, enquanto a segunda se mostra mais sensível, embora leve até três dias úteis para ficar pronta.
Independentemente do método utilizado, porém, o pico de sensibilidade da dosagem do NS1 ocorre mesmo no terceiro dia de febre, com declínio progressivo até o quinto dia, sendo geralmente negativa a partir do sétimo dia, quando se inicia a produção de anticorpos e a neutralização do antígeno. Nesse momento, a sorologia se impõe como o exame de escolha para o diagnóstico.
De três a sete dias após o início dos sintomas:
- Pesquisa do antígeno NS1 por Imunocromatografia – teste rápido, com resultado pronto em até duas horas.
Após sete dias do início dos sintomas:
- Sorologia (IgM e IgG) – a resposta aos anticorpos difere de acordo com o status imunológico do indivíduo.
Fonte: Instituto Oswaldo Cruz