Uma pesquisa realizada pelo instituto norte americano GEDI mostrou que o número de mulheres empreendedoras que desejam crescer 50% e empregar, no mínimo, 10 funcionários nos próximos cinco anos cresceu 7% em escala global. Mas, para que esse sonho vire realidade, elas enfrentam barreiras sociais e econômicas, fazendo com que o caminho para o sucesso seja ainda mais desafiador.
Neste blog vamos abordar o tema empreendedorismo feminino, mostrando uma perspectiva social e econômica dos desafios que a mulher enfrenta quando decide empreender no Brasil e no mundo. Confira!
INVESTIMENTO DESIGUAL
Nos últimos anos, o número de mulheres que começaram a empreender cresceu muito, tanto no Brasil como em outros países. Atualmente, cerca de 30% de todos os negócios privados do mundo sao operados ou tem como idealizador uma mulher.
Esse dado seria promissor, se não fosse por um detalhe: apenas uma pequena parcela dessas empresas são de alto impacto. Nos EUA, por exemplo, apenas 2% das empresas lideradas por mulheres geram mais de US$ 1 milhão em receitas anuais. E um estudo com empresas norte-americanas conseguiu identificar uma das causas: investimento desigual por parte de instituições financeiras.
Menos de 10% das empresas lideradas por mulheres recebe investimento externo. Estimativas demonstram que, se essas mesmas organizações recebessem uma ajuda financeira igual às dos negócios dirigidos por homens, seis milhões de empregos seriam gerados em apenas cinco anos.
DESESTÍMULO
Além das dificuldades de conseguirem investimentos mais expressivos, as mulheres também encontram outros obstáculos pelo caminho da ascensão dentro do mundo empresarial. Por mais que 70% dos líderes de negócios concordem que a diversidade de gênero melhora a performance da organização, o numero de mulheres em cargos altos dento de empresas cresceu apenas 5% nos últimos quatro anos.
Mesmo com 80% dos empreendedores reconhecendo que muito ainda deve ser feito para que as mulheres sintam-se atraídas por cargos de liderança, apenas 13% acreditam que essas mudanças vão realmente sair do papel. Esse desencorajamento no ambiente de trabalho é refletido em dados: 43% das mulheres veem o medo do fracasso como o principal empecilho para não abrir a própria empresa. Com os homens, a mesma taxa cai para 34%.
Esse cenário também é responsável pela queda na porcentagem de mulheres que desejam crescer dentro dos empreendimentos. Estudos revelam que, nos primeiros anos depois de entrarem em uma empresa, cerca de 60% das mulheres apresenta uma vontade de subir de cargo, mas esse número cai pela metade à medida que os anos vão se passando e elas não têm suas habilidades reconhecidas.
Depois de aproximadamente cinco anos, as mesmas mulheres que desejavam ascender de cargo já se conformam com a atual posição por acreditarem que não são capazes ou não tem as habilidades necessárias para conquistar promoções.
EDUCAÇÃO DESIGUAL
A educação é outro fator que, direta ou indiretamente, afeta as mulheres na hora de empreender para começar, em diversas partes do mundo, aproximadamente 60 milhões de mulheres são privadas do direto ao estudo, e é no ambiente escolar que desenvolvemos habilidades pessoais, muitas das quais são de extrema utilidade para empreender.
Em uma pesquisa realizada na Austrália, 57% dos homens entrevistados declararam acreditar que tinham as habilidades e o conhecimento necessário para abrir um negocio em comparação com 30% das mulheres.
A falta do ambiente escolar também se reflete no quesito de networking, uma vez que as mulheres tem uma probabilidade menor de conhecer pessoas que tenham aberto algum negocio. Essa realidade é comprovada por dados: 42% dos homens são mais propícios a conhecer alguém que tenha começado a empreender nos últimos dois anos, enquanto essa taxa baixa para 27% quando falamos sobre mulheres.
SEXISMO
A discriminação baseada nos estereótipos de gênero, é um fator que permeia a caminhada da mulher desde a contratação por uma empresa até a hora em que ela deseja abrir próprio negócio.
Um estudo realizado nos EUA demonstrou que as mulheres eram mais contratadas pelas empresa que não pediam fotos nos currículos ou não sabiam o sexo da pessoa eu estavam analisando.
Além disso, as mulheres ainda sofrem julgamentos desiguais em relação aos homens, que são muitas vezes, considerados mais competentes em assuntos relacionados a negócios. Essa discriminação torna mais difícil para as mulheres encontrar um ambiente propicio para o desenvolvimento dessas habilidades.
Esse cenário é ainda pior em setores como tecnologia e informática, nos quais a presença feminina é extremante baixa. Uma pesquisa realizada em 2015 revelou que a participação de mulheres nesse setor caiu 19%, mesmo com os avanços tecnológicos dos últimos anos.
O ambiente que temos hoje pode não ser o mais propício para as mulheres que desejam empreender, mas uma noticia é boa: as mudanças necessárias para este cenário podem começar com todos nos, dentro e fora das empresas.
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Fonte: Sebrae