De acordo com dados de pesquisa empírica realizada pela Secretaria Executiva da Rede Nacional Primeira Infância (2014) sobre o tema “tecnologias digitais no desenvolvimento infantil – O exagero de tecnologia deixa crianças e adolescentes desconectados do mundo real”, há uma preocupação muito grande de pais, instituições e toda a sociedade para com o uso de certas tecnologias na rotina infantil.
A proposta deste artigo é tentar compreender quais são os benefícios e os malefícios das tecnologias digitais na primeira fase da vida. O objetivo dessa conversa não é esgotar o tema, sabemos que é uma discussão que deve ser aprofundada. O intuito aqui é trazer algumas provocações e pontuações sobre o tema “o impacto da tecnologia no desenvolvimento infantil”.
Já foi percebido que a ansiedade e agressividade está presente tanto no que se refere as crianças que não usam e, também, nas crianças que utilizam aparelhos para jogarem e se conectar através das redes sociais. Não podemos responsabilizar apenas a tecnologia, é evidente que a dinâmica familiar promove comportamentos inadequados.
É importante compreendermos a parte recreativa e educacional da tecnologia, servindo como estímulo para as crianças no desenvolvimento cognitivo, no comportamento responsável e conhecimento.
A diversão e o cumprimento das atividades escolares encontram-se basicamente dentro de casa, no computador, tablet e celular. As amizades, as aulas, os jogos em nível virtual, não tendo contato físico com outra pessoa.
A tecnologia substitui silenciosamente os hábitos que envolvem a interação física com as pessoas e o meio ambiente, com isso, pode afetar o amadurecimento nas relações e nos aspectos emocionais. O amadurecimento dentro destas duas áreas se faz na relação com outro, no processo de empatia e nas vivências fornecidas pelas trocas afetivas. Aqui é importante os familiares observarem de perto como está o desenvolvimento da criança, pois, a mesma pode encaminhar para o isolamento, não percebendo a necessidade de estar envolvida.
O que já se sabe, em pesquisas sérias, que a utilização da tecnologia de forma indiscriminada pelas crianças, provocam o desequilíbrio físico e psicológico, com isso, potencializando o isolamento social através do sedentarismo, característica essa que é predominante na adesão a plataforma virtual, nesse sentido, esse fenômeno causa a introversão afetiva (a criança não consegue expressar os seus sentimentos), ansiedade e depressão, impedindo o pleno desenvolvimento e amadurecimento. Juntamente, problemas físicos como a obesidade.
Apesar de se observar consequências negativas, existem pesquisas que apontam para os benefícios, tendo o contato com computadores a criança pode desenvolver com uma maior velocidade sua inteligência e a capacidade de análise. Sendo assim, a tecnologia pode ser uma parceira no ensino, mas este uso deve ser ponderado e fiscalizado para que evite influências negativas e não se torne um problema.
Quando a tecnologia é usada de forma correta traz benefícios para as crianças a longo prazo ao utilizarem esse recurso. Sendo aplicada com eficácia favorece o relacionamento interpessoal entre os alunos e mantém o foco das atividades escolares com a ajuda dos professores os quais revisarão constantemente suas práticas pedagógicas.
Voltamos ao ponto muito observado em toda a história da humanidade, devemos ter equilíbrio. O demasiado uso da tecnologia é responsável por dificuldades nos relacionamentos, no desenvolvimento afetivo e da coordenação corporal. O seu uso responsável pode ajudar as crianças em suas habilidades cognitivas.
Cabe então, os pais, os cuidadores, as instituições de ensino e o meio onde a criança está vivendo criar regras, consolidar um regime que ajude obter este equilíbrio. Privar a criança do uso não é o melhor caminho, pois a cultura está sendo conduzida para um mundo cada dia mais virtual em todos as suas características. A criança deve aprender hoje o que irá utilizar amanhã. Estamos pensando neste momento na profissão, no mercado de trabalho e nas atividades que irá realizar quando adulto.
Para que as tecnologias digitais não sejam um “bicho de sete cabeças” deve-se ter uma vigilância na sua utilização e, ao mesmo tempo, buscar aliar o aprendizado com as relações pessoais. Assim, ela deixa de ser uma vilã e traz oportunidades para o crescimento saudável.
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