O Ebola, anteriormente conhecido como febre hemorrágica Ebola, ;e uma doença grave e fatal causada pela infecção com uma das espécies do vírus da família Filoviridae, género Ebola vírus. Já foram descobertas cinco espécies do vírus do Ebola. Quatro delas provocam doenças nos humanos: Vírus do Ebola (Zaire ebolavirus); vírus do Sudão (Sudan ebolavirus); vírus da floresta Tai (TaiForest ebolavirus); e vírus Bundibugyo (Bundibugyo ebolavirus). A quinta espécie, o vírus Reston (Reston ebolabirus), provoca doenças em primatas, mas não em humanos.
Os vírus Ebola estão presentes em vários países africanos. O Ebola foi descoberto em 1976 perto do rio Ebola no território que pertence atualmente à República Democrática do Congo. Desde então, ocorrem surtos esporádicos na África.
Não há registro de casos de ebola no Brasil.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou, no dia 17 de junho de 2019, Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) por Ebola na República Democrática do Congo, medida prevista no Regulamento Sanitário Internacional. Neste momento, a OMS considera o risco elevado apenas no país afetado e países que fazem fronteiras e não recomenda triagem para pessoas de países que não fazem fronteiras com a República Democrática do Congo.
COMO O EBOLA É TRANSMITIDO?
A transmissão se dá por meio do contato com sangue, tecidos ou fluidos corporais de animais e indivíduos infectados (incluindo cadáveres), ou a partir do contato com superfícies e objetos contaminados. Destaca-se que não há registro na literatura de isolamento do vírus no suor e pelo ar.
Não há transmissão durante o período de incubação. A transmissão só ocorre após o aparecimento dos sintomas.
Acredita-se que o vírus do ebola foi transmitido para seres humanos a partir de contato com sangue, órgãos ou fluidos corporais de animais infectados, como chimpanzés, gorilas, morcegos-gigantes, antílopes e porcos-espinho.
Na África, os surtos provavelmente originam-se quando pessoas têm contato ou manuseiam a carne crua de chimpanzés, gorilas infectados, morcegos, macacos, antílopes florestais e porcos-espinhos encontrados doentes ou mortos ou na floresta.
Depois que uma pessoa entra em contato com um animal que tem Ebola, ela pode espalhar o vírus na sua comunidade, transmitindo-o para outras pessoas. O vírus do Ebola não é transmitido pelo ar. A infecção ocorre por contato direto com o sangue ou outros fluidos corporais ou secreções como, por exemplo, fezes, urina, saliva, leite materno e sêmen de pessoas infectadas.
QUAIS SÃO SINTOMAS DO EBOLA?
A infecção pelo vírus Ebola ocasiona os seguintes sintomas:
- febre;
- cefaleia;
- fraqueza;
- diarreia;
- vômitos;
- dor abdominal;
- inapetência;
- odinofagia;
- manifestações hemorrágicas.
O período de incubação da doença pode variar de 2 a 21 dias, no entanto, o período mediano é de 5 a 10 dias para a maior parte dos casos e os anticorpos IgM podem aparecer com dois dias após o início dos sintomas e desaparecer entre 30 e 168 dias após a infecção.
Os pacientes tornam-se contagiosos apenas quando começam a apresentar os sintomas. A confirmação dos casos de Ebola é feita por exames laboratoriais específicos.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DO EBOLA?
O exame a ser realizado é o de PCR para o diagnóstico confirmatório de Ebola. São realizadas duas coletas, sendo a segunda coleta após 48 horas da 1ª. As amostras são encaminhadas para o laboratório de Referência Nacional Instituto Evandro Chagas – IEC.
A DVE é uma síndrome febril hemorrágica aguda cujos diagnósticos diferenciais principais são: malária, febre amarela, sarampo, desinteria bacteriana, doença de lyme, febre tifoide, shiguelose, cólera, leptospirose, peste, ricketsiose, febre recorrente, doença meningocócica, hepatite, dengue grave e outras febres hemorrágicas.
COMO É FEITO O TRATAMENTO DO EBOLA?
Os cuidados são de suporte precoce com hidratação e tratamento sintomático.
Ainda não há tratamento licenciado comprovado para neutralizar o vírus, mas uma gama de tratamentos potenciais incluindo produtos sanguíneos, terapias imunológicas e medicamentosas estão em desenvolvimento.
O tratamento, a princípio, se restringe ao controle dos sintomas e medidas de suporte/estabilização do paciente. É importante iniciar o tratamento de maneira oportuna, para aumentar as chances de sobrevivência dos pacientes.
É recomendada a expansão volêmica, correção dos distúrbios hidroeletrolíticos, estabilização hemodinâmica, correção de hipoxemia e manutenção da oferta de oxigênio tecidual e tratamento de infecções bacterianas.
Uma vez que a doença foi curada, a pessoa está imune ao vírus Ebola.
COMO PREVENIR O VÍRUS EBOLA?
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) aprovou, no último dia 11 de novembro, a primeira vacina contra o vírus do ebola. O medicamento, batizado de Ervebo, foi desenvolvido pela farmacêutica MSD. Esta é a primeira vez que um medicamento contra a doença passa pela comissão europeia – o que significa que ele poderá ser armazenado e distribuído.
Embora várias outras vacinas contra o ebola estejam em desenvolvimento, a Ervebo é a única que foi testada durante um surto da doença – e se mostrou muito eficaz na prevenção de infecções. O medicamento foi patenteado pela primeira vez em 2003, e foi administrado em caráter emergencial para conter o surto em curso na República Democrática do Congo, onde 2 mil pessoas morreram desde o início de 2018.
Fonte:
https://www.cdc.gov/vhf/ebola/pdf/ebola-factsheet-portuguese.pdf